HMB explica como funciona a hemodiálise; novo centro poderá receber até 200 pacientes/dia

O novo Centro de Hemodiálise Dra. Sandra Vicenza Sarno, localizado no prédio anexo ao Hospital Municipal de Barueri (HMB), poderá receber inicialmente até 200 pacientes por dia, 140 pessoas a mais do que era oferecido anteriormente. Porém, além de se beneficiar com a expansão, a população também precisa ter conhecimento sobre o serviço prestado. Pensando nisso, o Hospital explica como funciona esse novo local e quais são os principais favorecidos.

Mas, afinal, o que é hemodiálise? “O processo da hemodiálise consiste em uma máquina fazendo uma parte das funções do rim, sendo que a principal é a retirada de líquidos que normalmente ficam acumulados em excesso no corpo, além de filtrar o sangue”, explica Agostinho Filgueira, coordenador de nefrologia do HMB.

O rim pode parar de exercer sua função principalmente em dois casos: Insuficiência Renal Crônica (IRC), quando há perda total de funcionamento, resultante de doenças como hipertensão e diabetes, e Insuficiência Renal Aguda (IRA), caracterizada por perda temporária, que ocorre em função de alguma condição de saúde momentânea, como infecção grave. Em ambos os casos, a hemodiálise é indicada e, em média, as sessões duram quatro horas e são realizadas três vezes por semana. A diferença é que pacientes agudos possuem um prazo estipulado para o tratamento, já os crônicos precisam fazer as sessões até que consigam o transplante de rim.

A melhor forma de cuidar dos rins é com prevenção. “É fundamental fazer o bom controle do diabetes, da pressão arterial, do colesterol e do peso, além de não fumar e evitar o uso de medicações sem prescrição médica, pois todas essas condições influenciam o aparecimento da insuficiência renal”, ressalta Filgueira, que destaca a relevância de consultas médicas regulares a fim de detectar a doença renal de forma precoce para tratar antes que o paciente necessite de hemodiálise. Vale destacar que, assim que identificados, sintomas como sangramento na urina, urina avermelhada, espuma na urina, inchaço no corpo e pressão descontrolada precisam ser avaliados por um nefrologista.

O novo centro diminui o tempo de internação de pacientes que aguardam pelas vagas para hemodiálise e possibilita que os pacientes de Barueri possam fazer as sessões na própria cidade. “A insuficiência renal está associada com retenção de líquidos, falta de ar, inchaço pelo corpo, anemia, alterações nos ossos, entre outros. E as sessões melhoram a qualidade de vida do paciente por fazer a filtragem do sangue, mas também pela associação do uso de outros medicamentos e pelo acompanhamento nutricional”, esclarece o nefrologista.

A alimentação é essencial para garantir os bons resultados, por isso, assim que ocorre a admissão do paciente, a UAN (Unidade de Nutrição e Alimentação) atua na orientação de pacientes e familiares quanto às mudanças necessárias em todas as refeições. A avaliação da nutrição também ocorre nas consultas mensais, e eventualmente quando há perda ou ganho de peso ou alguma comorbidade associada. “De modo geral, o paciente precisa restringir alguns elementos ingeridos pela alimentação, a fim de controlar a pressão arterial, a retenção de líquidos e de alguns componentes. Assim, é necessário ter uma dieta hipossódica, ou seja, pobre em potássio e fósforo e com restrição de líquidos, na maior parte das vezes”, comenta Sarah Franca, nutricionista da hemodiálise.

A parte técnica também merece destaque, visto que o espaço deve atender uma série de normas técnicas definidas pelo Ministério da Saúde, como no caso do fornecimento de água, que passa por análise mensal de uma empresa especializada para garantir a qualidade do tratamento. “A água precisa passar por um processo chamado de osmose reversa, que é a filtragem para retirada de todas as bactérias, impurezas e sais minerais. No HMB, a nossa água passa pela osmose duplo passo, sendo assim, o processo é feito duas vezes, para transformar a água em ultrapura. Essa é a melhor opção de fornecimento e ainda diminui muito as chances de contaminação”, garante Agostinho.

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