-Ex-presidente foi condenado no caso do sítio de Atibaia e cumpre pena em Curitiba desde abril por causa do triplex no Guarujá

-Ex-presidente ainda é réu em seis ações penais

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado, nesta quarta-feira (6), a 12 anos de prisão no caso do sítio de Atibaia. Essa é a segunda condenação do petista no âmbito da Lava-Jato. Ele já foi sentenciado em 1ª e 2ª instâncias no caso do triplex do Guarujá.  Veja quais são os demais processos relacionados a Lula.

AÇÕES PENAIS

Influência em favor da Odebrecht (Operação Janus)

A terceira vez em que Lula se tornou réu foi em outubro de 2016 (a segunda foi no caso triplex). Dessa vez, pela Operação Janus, desdobramento da Lava-Jato em Brasília. Segundo a denúncia, aceita pelo juiz Vallisney Souza Oliveira, o ex-presidente teria usado a influência no BNDES e em outros órgãos para favorecer a Odebrecht em contratos e obras de engenharia em Angola. Em troca, a empreiteira teria pago propina de cerca de R$ 30 milhões.

Compra de caças (Zelotes 1)

Lula se tornou réu pela quarta vez em dezembro de 2016. No âmbito da Zelotes, é acusado pelos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Mais uma vez, a denúncia foi oferecida pela Procuradoria da República no Distrito Federal e aceita pelo juiz Vallisney. A acusação diz que Lula teria interferido na compra de 36 caças suecos Gripen pelo governo brasileiro, além de ter atuado para prorrogar medida provisória que concedia incentivos fiscais a montadoras de veículos.

MP em favor de montadoras (Zelotes 2)

O juiz Vallisney aceitou, em setembro de 2017, denúncia do MPF e colocou o ex-presidente novamente no banco dos réus. O petista passou a responder pelo crime de corrupção passiva por, supostamente, ter participado da “venda” da medida provisória 471, de 2009, que prorrogou os incentivos fiscais a montadoras instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Propina para sede do Instituto Lula (Lava-Jato)

Também em dezembro de 2016, Moro aceitou a quinta denúncia contra Lula e terceira no âmbito da Lava-Jato. O ex-presidente é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em contratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht.

Segundo o MPF, o petista teria recebido propina da empreiteira por intermédio do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, também réu na ação, paga por Marcelo Odebrecht e outras cinco pessoas.

Os procuradores afirmam que parte do dinheiro (R$ 12,4 milhões) foi usada para compra de terreno, que seria usado para a construção de sede do Instituto Lula, e outra para aquisição de apartamento vizinho à cobertura onde mora o petista, em São Bernardo do Campo (SP), e que é alugado pela família de Lula.

“Quadrilhão do PT”

Em 8 de março, o ministro do STF Edson Fachin enviou para a Justiça Federal de Brasília a denúncia contra os ex-presidentes Lula e Dilma por formar organização criminosa,  chamada de “quadrilhão do PT”. O juiz Vallisney aceitou o processo no fim de novembro. A acusação foi oferecida pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot contra 16 pessoas em 2017.

Segundo a ação, Lula e Dilma estariam envolvidos em um esquema que coletou propinas de R$ 1,48 bilhão entre 2002 e 2016. Entre os denunciados que passam a responder na 1ª instância, estão ainda os ex-ministros Palocci (Fazenda e Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda) Edinho Silva (Comunicação) e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Lavagem de dinheiro 

O petista virou réu por lavagem de dinheiro pela Lava-Jato de São Paulo. Supostamente, Lula teria recebido R$ 1 milhão do grupo ARG para favorecer a empresa brasileira em negociações com o presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang. O valor teria sido repassado como doação ao Instituto Lula.

DENÚNCIAS

Lula ainda é alvo de duas denúncias

Nomeação ministerial

O ex-presidente é investigado pela nomeação como ministro no segundo governo de Dilma Rousseff. A suspeita é de que ele teria sido indicado para o cargo para ganhar imunidade em meio ao risco de prisão.

Propina em doação eleitoral

Lula, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), e os ex-ministros Antônio Palocci e Paulo Bernardo foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Eles teriam supostamente recebido propina da Odebrecht na forma de doação de campanha.