Zoonoses de Barueri alerta sobre cuidados com morcegos e a transmissão da raiva

A raiva é uma doença infecciosa viral grave e fatal (letalidade de 100%) que afeta diversos mamíferos, inclusive os seres humanos. Ela é causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda.

A transmissão se dá pelo contato com a saliva de animais infectados, o que pode ocorrer por meio de mordedura, arranhadura e até mesmo lambedura por parte do animal contaminado. Após o contágio, a vacina é a única maneira de impedir o avanço da doença e precisa ser aplicada nas primeiras horas depois da exposição ao vírus. “Após o início dos sintomas, as chances de sucesso com o tratamento são baixíssimas e, mesmo assim, os únicos casos de sucesso deixaram os pacientes com sequelas neurológicas graves”, ressalta Rosana Perri Andrade Ambrogini, coordenadora de Vigilância em Saúde de Barueri.

O Departamento Técnico de Controle de Zoonoses (DTCZ) de Barueri, subordinado à Vigilância, alerta para a questão dos morcegos que, diferentemente dos animais domésticos (também transmissores de raiva), não são vacinados contra o vírus e circulam livremente nas áreas urbanas. “Os morcegos são os únicos mamíferos que voam e estão presentes em áreas rurais e urbanas e podem transmitir a raiva em humanos e outros animais”, diz a coordenadora.

Mas ela também destaca que, apesar dessa característica, “são animais considerados de grande importância na natureza, pois ajudam no controle de insetos noturnos e espalham sementes e frutos, colaborando na recuperação de áreas degradadas”. São animais protegidos pela legislação (Lei 9605/98) e sua eliminação direta pode ser enquadrada como crime ambiental. Saruês, saguis e raposas também podem transmitir a doença.

Mais sobre o morcego e sua biologia
Apenas três espécies de morcego se alimentam de sangue, na maioria dos casos de cavalos e galinhas. Os morcegos são animais noturnos que saem dos abrigos ao entardecer. Excelentes controladores de insetos noturnos e polinizadores, tais como pássaros e abelhas, são responsáveis pelo reflorestamento ao disseminar sementes dos frutos de que se alimentam. Dependendo da espécie, podem se alimentar de insetos (como é o caso da maioria deles), frutos, flores, néctar, pequenos vertebrados e, como mencionado, sangue.

Na natureza os morcegos habitam cavernas, ocos e copas de árvores. Já nas cidades podem se alojar em tubulações, estruturas abandonadas, residências, principalmente em locais escuros, úmidos e pouco frequentados, como forros, sótãos ou porões. Os principais indícios da presença desses animais são fezes e o ruído característico. Em algumas ocasiões, é possível ver os animais se deslocando, no início da noite, quando deixam seus abrigos para se alimentar.

Como se prevenir?
– Nunca manipule nenhum tipo de morcego, vivo ou morto, pois há risco de transmissão da raiva. A captura de morcegos só pode ser feita por profissionais especializados e legalmente autorizados;
– Caso encontre um morcego dentro de casa ou durante o dia, vivo ou morto, ligue para o DTCZ (4198-5679 de segunda a sexta-feira das 8h às 17h) ou para a Guarda Civil Municipal Ambiental (4199-1400 todos os dias);
– Caso alguma pessoa tenha algum contato com morcego, ou caso acorde no quarto com um morcego no mesmo ambiente, deve procurar com urgência orientação médica;
– Caso haja suspeita de morcegos alojados no forro ou em algum outro local do imóvel, contate o DTCZ para que possa receber as devidas orientações;
– Caso um animal doméstico (cão ou gato) tenha tido contato com morcego, procure um médico veterinário ou o DTCZ;
– Evite contato com outros animais silvestres, como saruês (gambás), saguis e raposas, pois eles também podem transmitir a doença.

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